sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Fichamento do texto: "Raça e História" - Autor: Claude Lévi-Strauss - Publicação: (Coleção la science moderne. UNESCO), París, 1952

I - RAÇA E CULTURA
Na atual conjuntura da ciência, é permitido afirmar a superioridade ou a inferioridade intelectual de uma raça em relação à outra. (pág. 328).
 
“Quando procuramos caracterizar as raças biológicas através de propriedades psicológicas particulares, afastando-nos da verdade científica, que definindo-as positivamente, quer negativamente”. Todos os tipos de raça, segundo Gobineau “não eram tão desiguais em valor absoluto como em suas aptidões particulares” (pág. 329).
 
“Mas o pecado original da Antropologiaconsiste na confusão entre a noção puramente biológica de raça e as produções sociológicas e psicológicas das culturas humanas.” (pág. 329).
 
As diferenças raciais devem-se à circunstâncias geográficas, históricas e sociológicas, e não à aptidões ligadas à Anatomia dos negros, amarelos ou brancos. (pág. 329).
 
A diversidade entre as culturas supõem inúmeros problemas. Deve-se perguntar em que consiste esta diversidade, sob o risco de ver o racismo ainda mal desenraizado de seu fundo biológico. Não se pode atribuir uma significação moral, intelectual pela etnia. “Não poderá pretender ter resolvido pela negativa o problema da desigualdade das raças humanas... as culturas humanas estão estreitamente ligados no espírito do povo. (pág. 330).

II - DIVERSIDADE DAS CULTURAS
“As culturas humanas não diferem entre sí do mesmo modo, nem no mesmo plano... devemos contar com formas da vida social que se sucederam no tempo. A diversidade das culturas humanas é, de fato um prsente, de fato e também de direito no passado”. (pág.331).
 
Qual a definição de culturas diferentes? - Elas primeiramente parecem pertencer à um tronco comum, por outro lado, não diferem como duas sociedades com relações diferentes quanto ao desenvolvimento. As próprias línguas tendem à diferenciar-se uma das outras. (pág.331).
 
Os homens elaboram diferentes culturas por fatores geográficos, muitos costumes nasceram da vontade de não paracer atrasado em relação ao grupo visinho.

III – ETNOCENTRISMO
É um fenômeno natural, resultante das relações diretas ou indirentas entre as sociedades. Consiste em repudiar as formas culturais, morais, religiosas, sociais, estéticas. (pág.333).
 
Na antiguidade, tudo que não participava da cultura grega era chamado de bábaro, e loge estes selvagem. “Recusamos admitir o próprio fato da diversidade cultural, preferimos lançar fora da cultura, na natureza, tudo que não se conforma à norma sobre a qual se vive”. (pág. 334).
 
Esse etnocentrismo considera esses tópicos como “falso e evolucionaista”, ou seja, suprime a diversidade cultural, fingindo reconhecê-la plenamente, apesar de estágios e etapas, vê-se que a diversidade é apenas aparente. (pág.336).
 
“A noção de evolução biológica corresponde à uma hipótese dotada de um dos mais altos coeficientes de probabilidade que se podem encontrar no domínio das ciências naturais; ao passo que a noção de evolução social ou cultural só traz, no máximo, um procedimento sedutor, mas perigosamente cômodo, de apresentação de fatos. (pág. 336).
 
“O evolucionismo sociológico devia receber um impulso vigoroso do evolucionismo biológico, mas ele é anterior ao tempo. O evolucionismo social é muito frequente apenas à maquilagem falsamente científica de um velho problema filosófico, para o qual não existe qualquer certeza de que a observação e a indução possam algum dia forcecer a chave” .(pág.336)

Fichamento do texto: "O indivíduo, a cultura e a sociedade" - Ralph Linton Publicação: (The cultural background of personality), Londres, 1952

Segundo Ralph Linton, “por hora é suficiente definir cultura como maneira de vider de uma sociedade”... “Representam todos a atitude normal e previsível de qualquer dos membros da sociedade diante da situação”. Geralmente, a amaior parte das pessoas desse grupo, reage da mesma forma e uma determinada situação. “Um tal consenso sobre a conduta e a opinião constitui um padrão cultural; a cultura como todo, é um conjunto mais ou menos organizado de tais padrões”. (pág. 98)
 
A cultura proporciona aos membros de uma sociedade uma diretriz indispensável para todas as áreas da vida. “Sem ela, tanto a sociedade como seus membros estariam impossibilitados de funcionar eficientemente”; tal como o corpo humano. (pág.98).
 
A inexistência de padrões culturais proporciona à sociedade uma certa segurança, com seu fundamento na aprovação social e no poder da pressão sobre aqueles que não se enquadram. (pág. 99).
 
“A existência de padões culturais é necessária tanto para o funcionamento de qualquer sociedade, como para toda conservação. A estrutura é, em sí, um aspecto da cultura” (pág.99)
 
O sistema social é uma configuração mais extensa de padrões culturais, que proporcionam ao indivíduo meios para a vida em grupo e para integração social. “As sociedades se perpetuam ensinando aos indivíduos de cada geração os padrões culturais referentes às posições que se espera que ocupem na sociedade”. (pág.100).
 
O indivíduo desempenha um papel duplo em relação à cultura. Apesar de nossas aptidões, de uma influência da sociedade e da cultura existem pessoas que mesmo com mesma formação constitui-se diferentemente. Embora o indivíduo tenha que inventar, ele faz isso por suas próprias necessidades. (pág. 101).
 
“Afim de funcionar bem como unidade social, o indivíduo deve assumir certas formas exteriotipadas de comprtamento, ou melhor, certos padrões culturais. Muitos desses padrôes estão mais orientados para a manutenção da sociedade que para satisfação de necessidades individuais”. Dentro da sociedade tornou-se hábito falar de suas necessidades próprias, diferentes das dos indivíduos que as compõem. Linton diz que as sociedades são bem diferentes de organismos vivos. (pág. 101).
 
A cultura deve incluir técnica para aceitação de nossos indivíduos no sistema de valores sociais, e em sua preparação para ocupar os lugares determinados na estrutura. É preciso incluir a recompensa para o comportamento“certo” e desencorajamento para o indesejável. Os padrões culturais devem se auto-ajudar para impedir um conflito. Todas as sociedades desenvolvem em suas próprias culturas preencherem tais condições (pág. 102).

Fichamento do texto: "Você tem cultura?" - Roberto da Matta

A cultura não é uma simples palavra, e sim uma categoria intelectual; uma definição que pode nos ajudar a compreender de uma melhor forma melhor forma o mundo à nossa volta (pág.1).
 
“Usa-se cultura como sinônimo de sofisticação, de sabedoria e de educação”. Quando dizemos que alguém “Não tem cultura”, e que alguém é “culto” nos referimos à um certo estado educacional dessas pessoas, indicando com isso, a capacidade de compreensão (pág.1).
Cultura não é equivalente à volume de leituras, controle de informações, e até mesmo se confunde com inteligência. (pág.1).
 
Existe uma prova de associação entre cultura e escolaridade. Segundo Roberto da Matta “Cultura é a palavra usada classificar as pessoas, e às vezes grupos sociais” (pág.1).
Segundo a Antropologia, cultura é usada como conceito chave para a interpretação da vida social. Cultura é em Antropologia Social e Sociológica, um mapa, um receituário, um código do qual as pessoas de uma determinada raçã pensam, classificam, estudam e modificam o mundo à sua volta e a sí mesmas. Dessa maneira, um conjunto de indivíduos com interesse, capacidades distintas, transformam-se num grupo e podem viver juntos sentindo-se parte de um todo, pois a cultura lhes forneceu normas que padronizam seus comportamentos. (pág.1).
 
Todas as formas de cultura são equivalentes, ou seja, não se sub-dividem, criando sub-níveis de cultura. (pág.2).
 
“No sentido antropológico, cultura é um conjunto de regras que nos diz como o mundo pode ser classificado... Embora cada tipo de cultura contenha um conjunto infinito de regras, suas possibilidades de atualização, expressão e reação em situações concretas, são infinitas” (pág.2).
Algumas sociedades desenvolveram algumas potencialidades mais e melhor do que as outras, mas isso não significa que sejam uma melhor do que a outra. (pág.2)
 
“Mesmo diante de formas culturais aparentemente irracionais, cruéis ou pervertidas, existe o homem, e entendê-las é uma tarefa inevitável”. A cultura nos permite traduzir a diferença entre nós e os outros. (pág.3).
 
No Brasil, existe uma autoflagelação da “classe dominante” que diz que nós temos cultura, mas com a ajuda da Antropologia, podemos ver essa definição negativamente, pois temos nosso modo cultural de agir, que deve ser visto pela nossa potencionalidade. (pág.3).